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Cinco pétalas de uma flor. Seis pontas de uma estrela.

Te viro do avesso e retomo do começo.

Quem és tu, razão do meu devaneio?

A sua cor “ensolarada” lembra as folhas no início do outono.

As manchas mais escuras indicam que seu tempo está chegando ao fim.

Quantas fatias agarradas em um eixo?

Em cada lado que olho, algo novo posso ver:

as costas de um golfinho na superfície do mar;

a cauda de uma moréia  lentamente a nadar.

E se eu partir-te ao meio o que vai acontecer?

Cinco pétalas de uma flor.  Seis pontas de uma estrela.

Te olhei não só com os olhos, mas também com os meus dedos;

tato: parecia delicado, não era!

Senti a tua força, teus nervos e tuas veias debaixo da pele fina.

É Resistente!

Olfato: Um cheiro conteúdo que desperta na gente um desejo ardido.

Sutileza escondida na beleza.

Quero esfregar-te no meu nariz; quero morder-te!

Atenção!

Sua aparência agradável me assusta; sinto meu trabalho maxilar e uma sensibilidade imaginária me corrói os dentes. Eu retraio.

E se eu me render?! Amarrarás a minha boca como faz uma banana verde?

Não vou arriscar.

Naturalmente exótica. Já estou convencida, vencida.

Minhas cabeças estão espremidas, fundindo-se uma na outra. Minha face contraída, insegura e vulnerável, eu por inteira temo o teu gosto azedo.

Será que devo?!

Coloco-te entre os meus lábios e torço para não me arrepender.

Te ouço estalar entre os meus dentes enquanto seu suco espirra dentro e fora da minha boca.

Minhas intuições sobre ti eram verdadeiras; ácida e marrenta.

Tão misteriosa e ao mesmo tempo previsível.

Ora, ora, carambola!!

Você é o que é: uma fruta.

Todo o resto sou eu.






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